Nunca imaginei que um término seria o responsável de me fazer por a mão na consciência pela primeira vez em 20 anos (ou 6 anos, mais especificamente). Desde os 14 eu estou pulando de relacionamento em relacionamento porque nunca suportei a ideia de estar sozinha. E eu já tentei antes aos 14 mesmo. Tive uma linda crise de pânico.
Mas eu não errei em estar sozinha, errei em como fazer isso. Na minha cabeça significava se isolar totalmente por 7 dias e não é sobre isso, sabe? É sobre saber apreciar quem eu sou por 5 horinhas direto no meu dia sem surtar.
Nesses relacionamentos eu buscava alguém que tivesse todos os segundos e milissegundos dedicados a mim, que pudesse me atender quando precisasse. Não estava por amor, só estava para ser vista.
E advinha?? Isso molda o jeito de amar mesmo não amando, bastava eu acreditar que amava.
A consequência? Quando eu amei de verdade sem saber me suportar, sendo adulta, namorando outro adulto com muito mais responsabilidades que um adolescente e não conseguia atenção all time eu afastei a única pessoa que amei de mim.
Se eu não me aguentava, ele iria??
E aí me vi na seguinte situação: Feriado que me proporcionou 4 dias em casa, solteira, sem amigos, família viajando e eu só tinha Eu e 2 cachorros. E os cachorros não falam.
Precisei de uma dinâmica diferente sobre ficar sozinha que eu conhecia e tentei aplicar quando eu tinha 14 anos e não aguentei 2 horas.
Eu tinha consciência que meu ex terminou comigo por minha culpa mas não entendia bem o porque e por ainda amar ele eu comecei a voltar em todo o passado que eu ignorei durante 20 anos.
E olha… até eu quis terminar comigo mesma. Em 2 dias.
Esse texto não é sobre término mas eu não posso deixar de citar pois foi ele quem me derrubou da cama quentinha e confortável que eu estava vivendo.
Se eu quisesse ser uma pessoa boa de ser amada de verdade, alguém que os outros desejam ter por perto era necessário que eu parasse de olhar pra frente e olhasse para trás. E mais importante ainda, que eu olhasse para dentro.
Por estar pulando de relacionamento romântico com pausas muito menores de 1 mês entre eles e além disso sempre ter amizades de alta manutenção que necessitavam de atenção frequentemente não havia espaço para entender quem eu sou.
E se eu não me conhecia eu não poderia me apresentar verdadeiramente para os outros.
A visão que maioria das pessoas que me conhecem até hoje provavelmente se baseiam em: Rosa, gatos, hello kitty e só. E eu sou muito mais que isso.
Ficar sozinha é aprender aos poucos que eu não vou morrer por isso, lidar comigo e me conhecer é a base pra eu ser a pessoa que eu idealizava ser… mas nunca fui.
Obrigada por ler até aqui.
Escrevi esse texto pra me ouvir, você não precisa se identificar, afinal, existem 8 bilhões de verdades, mas se você se encontrou em algo é bom saber que eu não estou sozinha.
Com carinho,
Lanai♡
Me identifico muito, porque vivi algo bem parecido. Desde os 13 anos, estive em relacionamentos quase sem pausas. Até que, depois de um namoro que durou 6 anos, com meu último ex, decidi parar e olhar pra mim. Foi quando percebi que eu precisava me amar de verdade.
E vou te dizer: depois que você começa a se amar de verdade, fica difícil amar outra pessoa do mesmo jeito, porque você aprende a se colocar em primeiro lugar.
Tem seus prós e contras, claro… mas a paz de ser sua própria prioridade não tem preço.
Um ótimo post, gostei muito de le-lo! Mas só uma coisa, cachorros falam sim, falo todo dia com eles 🤪 acho que eles sabem mais de mim do que eu mesmo 🤔